
E se, talvez, nós formos aqueles nos quais Deus investe a longo prazo?
Pense: Abraão, Sara, Moisés. Todos eles alcançaram o auge de suas vidas já mais velhos. E entenda: não falo de dinheiro ou posses, eu falo sobre cumprimento de propósito.
Quando cheguei aos 30, achei que minha vida já estaria resolvida. Aos 31, veio a frustração, porque “não foi essa vida que eu imaginei”. Ao escrever para um autor de quem gosto muito, contando sobre a experiência de ler seu livro (Isto é filtro solar), compartilhei com ele e disse:
“Emílio, achei que com 30+ a minha vida já estaria resolvida…”
Ele gentilmente respondeu: “Estou com quase 50 e ainda tem muito pra resolver”.
Quando olhamos para nossos antepassados — grandes homens e mulheres de fé — percebemos o mesmo padrão. Do mais novo ao mais velho, todos tinham questões mal resolvidas. Mas o que boa parte deles fez foi colocar a esperança no lugar certo.
A nossa geração incita que tenhamos esperança no dinheiro, no sucesso, nas bets, nos influenciadores, na harmonização, no mounjaro e em tudo aquilo que, de certa forma, trará alguma glória ou reconhecimento a nós mesmos. O convite da serpente continua sedutor aos nossos ouvidos. Queremos ser autônomos, viver a vida do nosso jeito, porque do nosso jeito é melhor.
Mas o sucesso, diante de Deus, é obedecer à sua Palavra. Aos 33 anos, Jesus não tinha seu rosto estampado na Forbes. Não estava em busca da sua melhor performance, de recordes pessoais ou de bem-estar. Não tinha alcançado seu primeiro milhão, não tinha terminado a faculdade, não era CEO nem top voice do LinkedIn. Pelo contrário: o homem-Deus, ao cumprir seu propósito, estava pendurado em um madeiro. Abandonado, pobre e solitário. Aquele objeto de vergonha viria a se tornar um símbolo que apontava para nossa maior riqueza. Seria Ele um fracassado? Um derrotado? Uma farsa? Não. Ele era o Filho amado.
A nossa vida não é sobre performance.
O sucesso diante de Deus não é medido por likes.
Faça o que é bom, melhore, cresça, engorde, engravide, emagreça, mas faça isso com a intenção certa.
Tudo bem não estar com tudo resolvido aos 30, aos 40, aos 50, aos 90…
Talvez você também seja um desses investimentos a longo prazo. Talvez o rendimento desse investimento não seja aquilo que você pensa, mas não existe crise nos negócios de Deus. Que a nossa vida resulte em glória para o Senhor, mesmo em meio à pobreza, dor e sofrimento — e vice-versa. Que Ele seja nosso contentamento.
Não seja mala.
Todos nós estamos carregando nossos próprios fardos e fracassos.
Não se sinta culpado por querer descansar.
Beba água.
Feliz 2026!






