Descrição Bibliográfica Internacional Normalizada (ISBD)

outubro 18, 2025

Aprender sobre ISBD é bem divertido, finalmente pudemos entrar na parte mais prática da Biblioteconomia e aqui já podemos deslumbrar alguns passos da jornada do bibliotecário. A ISBD é uma norma importantíssima para o serviço de representação. 

Em 1969, Michael Gorman, especialista em catalogação, apresenta na reunião internacional de especialistas em Catalogação, realizada em Copenhague, o documento básico denominado Internacional Standard Bibliographic Description (ISBD) que viria padronizar as informações contidas na descrição Bibliográfica. 

A ISBD é uma norma criada para padronizar a descrição bibliográfica de documentos. Antes de sua existência, as descrições eram feitas com base nos elementos da página de rosto, que variavam muito de um documento para outro, tornando difícil a padronização.

Para resolver essa questão, a IFLA (Federação Internacional de Associações e Instituições Bibliotecárias), em parceria com a UNESCO, realizou um estudo sobre como as bibliotecas nacionais faziam suas descrições bibliográficas. Gorman conduziu esse estudo e apresentou os resultados aos especialistas em catalogação. Ele identificou padrões e similaridades nas descrições existentes e, em 1971, propôs o agrupamento das informações em oito áreas descritivas.

Em 2009, foi criada a Área Zero, e em 2011ISBD Consolidada foi publicada, unificando todas as versões anteriores do ISBD.

Cada área da ISBD é destinada a uma parte específica do item bibliográfico:

  • Área 0 – Forma do conteúdo e tipo de meio: indica o que é o documento (por exemplo, texto, imagem, som etc.).
  • Área 1 – Título e responsabilidade: inclui o título principal, títulos paralelos e informações de responsabilidade (autores, editores etc.).
  • Área 2 – Edição: registra a edição e indicações de edições paralelas (utilizada a partir da 2ª edição).
  • Área 3 – Material ou tipo de recurso específico: destinada a materiais como partituras, mapas e publicações em série.
  • Área 4 – Publicação, produção e distribuição: traz informações sobre a editora, cidade, estado e ano de publicação.
  • Área 5 – Descrição física: detalha o número de páginas, ilustrações e o tamanho em centímetros.
  • Área 6 – Série e coleção: indica a qual série ou coleção o item pertence.
  • Área 7 – Notas: apresenta informações adicionais relevantes sobre o documento.
  • Área 8 – Identificadores: inclui números de identificação, como o ISBN (no caso de livros).

Cada área tem sua própria fonte de informação. Por exemplo, os dados da Área 1 são retirados da folha de rosto do documento.

Bem, enquanto estávamos focados na ISBD, tudo parecia tranquilo. Por ser um modelo de descrição — base para a elaboração das fichas catalográficas —, nosso foco era realizar os exercícios propostos pelo professor.

Até a primeira prova, passamos um bom tempo apenas praticando descrições. E foi realmente divertido, porque usávamos nossos próprios livros para desenvolver as atividades. Fiz, inclusive, alguns exercícios de preenchimento on-line que me ajudaram bastante a entender e lembrar o que deveria constar em cada área, além de como aplicar corretamente as pontuações.

O objetivo da ISBD é justamente esse: garantir que, mesmo que você esteja em contato com um item em outro idioma, consiga compreender sua estrutura. Através da pontuação padronizada, é possível identificar o que é o título, o autor, a edição e outras informações essenciais — independentemente da língua em que o documento foi publicado.

Nota-se, também, que a pontuação prescrita na ISBD funciona como um código linguístico, interpretável em si mesmo. Ao visualizar a Figura 02 e, embora não dominando o idioma japonês, pode-se identificar pela posição e pontuação, alguns dados bibliográficos. (José Fernando Modesto da Silva, 2016, p.154) 

Bem, depois disso tudo, entraremos nos códigos de catalogação e nos modelos conceituais, aí sim, como dizemos no bom carioquês: a parada começa ficar sinixxxtra! 

Bora para revisão?

Pra treinar um pouquinho do que aprendi com esse conteúdo montei alguns exercícios que você pode realizar na página pra aprender direitinho: aquele sobre ISBD

Isso é tudo pessoal! ✌🏾️

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📚 Fontes e leituras complementares:

MODESTO, Fernando. A ISBD: um instrumento de representação descritiva em evolução. Tópicos para o ensino de biblioteconomia: volume I. São Paulo: ECA-USP, 2016. p. 190 . Disponível em: https://www.eca.usp.br/acervo/producao-academica/002749752.pdf. Acesso em: 18 set. 2025. 

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